quarta-feira, 27 de abril de 2022

O ROMANTISMO NO MUNDO

 



   O quadro A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix (1789-1863), é uma pintura que retrata a Revolução de 1830, importante acontecimento histórico ocorrido na França no mesmo ano em que a obra foi realizada

O Romantismo é um período da literatura mundial que nasceu na Europa no século XVIII. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa foram acontecimentos sociais, políticos e econômicos que contribuíram para o crescimento e difusão do movimento. As revoluções romperam com o Iluminismo e Racionalismo e incentivaram a liberdade política, econômica e o individualismo. Os artistas passaram a ter mais liberdade para expressar as suas emoções através da literatura, que começava a se distanciar do conservadorismo.





No Brasil, o romantismo teve início em meados de 1836, a partir do livro "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães. A revista Nictheroy também contribuiu para divulgação do movimento no país, com a publicações das ideias românticas de autores nacionais.

No romantismo brasileiro, havia a valorização da cultura indígena como a representação do povo nativo, muito presente na primeira geração do romantismo no país. O índio tinha características idealizadas e era descrito como um verdadeiro herói. Este aspecto do romantismo no Brasil ficou conhecido como indianismo.



Para o romantismo era importante que o movimento fizesse uma ruptura com os modelos artísticos do classicismo (ARCADISMO) . Assim, uma das características mais marcantes desse movimento, tanto na literatura como nas artes, foi a oposição aos modelos clássicos.

No Brasil, o Romantismo começa anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de setembro de 1822.





• Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista: as obras dessa geração eram marcadas pela exaltação da natureza, medievalismo, exaltação da figura do índio - que acabou por criar a expressão indianista. Os principais autores deste período foram: Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.







• Segunda Geração – geração do “mal do século”: essa geração é também conhecida por byroniana, pois teve grande influência da poesia de Lord Byron e Musset. As obras apresentam uma carga grande de egocentrismo, negativismo, pessimismo, desilusão. A principal característica é a busca pela fuga da realidade. Os principais poetas desta geração foram: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela

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• Terceira Geração – geração condoreira: essa geração ocorreu na segunda metade do reinado de D. Pedro II, e foi representada por obras que representavam as lutas internas. Também conhecida como a geração hugoana, pois teve influência do poeta Vitor Hugo que falava sobre a política sociedade. Castro Alves foi um dos principais representantes desta geração, juntamente com Tobias Barreto e Sousândrade.


Romeu & Julieta










Principais características do Romantismo


Sentimentalismo: o período supervaloriza as emoções pessoais e as obras descrevem o sentimento dos autores e os colocam como centro do universo.

Subjetivismo: a subjetividade é outra característica do movimento, que tende a evidenciar os sentimentos e pensamentos individuais.

                                                   Um guarani tocando o Guarani   (piada)


Nacionalismo: para os românticos, os heróis nacionais, representados pela figura dos cavaleiros medievais, devem ser exaltados, assim como o passado histórico da sua nação. 

Tradições populares: as fontes populares passam a ser uma inspiração para os artistas românticos. As vivências populares se tornam fonte de narrativas, se caracterizando como uma oposição ao classicismo. 




Idealismo (utopia): os autores possuem um apego com os seus ideais. Estes são caracterizados por trazerem uma visão idealizada, até mesmo utópica, que são vistas como verdadeiras. 




Pessimismo: os sentimentos pessimistas são bastante presentes nas obras românticas. Os artistas sentiam tédio pela vida e passavam a valorizar a tristeza e o tédio.

Nostalgia: os românticos também são nostálgicos quanto aos momentos passados da vida. A nostalgia está presente nas narrativas como um reforço do pessimismo: nada é tão bom quanto foi outrora.


Egocentrismo: foco no indivíduo, que passa a ser o centro das atenções.



Escapismo: desejo de evasão para escapar da realidade como ela se apresenta, criando um mundo idealizado.





Idealizações: idealização da sociedade, do amor e da mulher, buscando uma realidade diferente. (ROMÂNTICA SENTIMENTAL)




Oposição ao modelo clássico: valorização da arte popular e folclórica, oposta à arte erudita da antiguidade clássica.




Nacionalismo: forte exaltação da natureza e da pátria, com temas relacionados com a grandiosidade da natureza e o sentimento de pertencimento. (NO BRASIL INDIANISMO) 


Retorno ao passado: a Idade Média passa a ser a referência para os artistas, que apreciavam as tradições e a fé humana.

Principais aspectos sobre a escola romântica:

a) Idealização amorosa;
b) Sentimento nacionalista, culto à pátria;
c) Pessimismo;
d) Fuga da realidade;
e) Amor platônico por parte do eu lírico pela amada;
f) Linguagem subjetiva;
g) Maior liberdade formal;
h) Vocabulário mais simples;
i) Natureza mais real, deixa de ser plano de fundo e interage com o eu lírico.                                                                                                     
j) Indianismo - o índio retratado como herói nacional


                           Terceira Geração – social e política-  geração condoreira (Condor)















AS TRÊS GERAÇÕES DO ROMANTISMO BRASILEIRO

Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista

Representante - José de Alencar -  Gonçalves Dias 

Segunda Geração – geração do “mal do século” Ultrarromântica, escapista

Representante: Álvares de Azevedo 

Terceira Geração – liberdade, sociedade e política -  geração condoreira (Condor) deseja voar alto. 
Representante: Castro Alves 



Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! 







MARY SHELLEY -  CRIADORA DE FRANKENSTEIN,  -    ATÉ ONDE PODE IR? 






SE EU MORRESSE AMANHÃ

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que amanhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!




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