Parnasianismo no Brasil
Escola poética que perdurou no Brasil desde 1880 até a consolidação do modernismo, o Parnasianismo defendia a “arte pela arte”, a objetividade e a perfeição na forma do poema.
Monte Parnaso - Grécia
O Parnasianismo está longe de ser uma escola literária popular. Esse movimento se expressou unicamente em poesia, não havendo, portanto, representantes que tenham feito obras em prosa. De origem francesa, o Parnasianismo demonstra uma forte preocupação com a estética. Os poetas privilegiavam a forma, compondo poesias métrica e com rimas, resgatavam o idealismo grego de perfeição e se guiavam pelo conceito de “arte pela arte”, ou seja, a arte por ela mesma, sem se uma preocupação com uma função social.
Os autores do Parnasianismo desprendiam-se de qualquer valor sentimentalista, pregando a objetividade. O Parnasianismo coincide com o período histórico do Realismo e do Naturalismo, final do século 19. O marco inicial desse movimento no Brasil aconteceu em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias.
Os principais representantes do Parnasianismo foram:
Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, chamados de tríplice parnasiana.
As principais características do Parnasianismo são:
- Preocupação formal; comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a escultura;
- Referências a elementos da mitologia grega e latina; preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens e objetos);
- Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas características físicas); habilidade na criação dos versos (cuidado minucioso na composição dos versos);
- Vocabulário culto; objetivismo; universalismo e apego à tradição clássica.
Olavo Bilac, “Velhas Árvores”:
Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas…
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
PROCELAS - TORMENTAS
Em breve análise, podemos perceber as seguintes características Parnasianas nesta poesia de Olavo Bilac: descrição da natureza (as árvores), rimas ricas, como, por exemplo, rimar o adjetivo “belas” com o substantivo “procelas”. Se você ler em voz alta vai percebe o cuidado que o poeta teve com a sonoridade do poema.
Poema Ora direis ouvir estrelas completo
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Análise do poema Ora (direis) ouvir estrelas
Este poema de Olavo Bilac faz parte do livro de sonetos Via Láctea.
É o XII soneto da coleção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário